Tuesday, November 13, 2012

Ecomuseu em Cascais na "1.ª Assembleia de Fundadores" - Município Montalegre - Notícias

Ecomuseu em Cascais na "1.ª Assembleia de Fundadores" - Município Montalegre - Notícias

Friday, September 28, 2012




Sinto, vejo e crio....

Em gestos sentidos no sentido do Ser...

Criando a obra que vejo os outros a ver,

que quero sentir ser a obra a Viver!


Wednesday, August 08, 2012

Wednesday, August 01, 2012

FADO..... para recordar sempre...
http://www.cafeportugal.net/pages/noticias_artigo.aspx?id=5136

Foi criada a 
PCI-Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial!

 No passado dia 28 de Julho, na Sociedade de Geografia de Lisboa, ocorreu a  Assembleia Geral Inaugural da recente constituída Associação,  momento em que os sócios fundadores elegeram os repectivos Corpos Sociais


Sob a Presidência do Prof. Doutor Luis Marques, com a criação desta Associação esperamos que o nosso propósito seja levado a bom termo e que possamos contribuir para a valorização de um Património riquíssimo, quantas vezes escondido e subestimado!


A PCI, rege-se segundo os princípios da Convenção da UNESCO que a seguir apresentamos:



Património Cultural Imaterial
Património Oral e Imaterial da HumanidadeApós a adopção da Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural, em 1972, alguns Estados-membros manifestaram interesse em ver criado um instrumento de protecção do património imaterial. Assim, a UNESCO viria a adoptar, em 1989, a Recomendação para a Salvaguarda da Cultura Tradicional e do Folclore. Na sequência desta Recomendação, a UNESCO lançou um conjunto de iniciativas dentro deste âmbito: Tesouros Humanos VivosLínguas em Perigo no Mundo;Música Tradicional.

Em 1999, o Conselho Executivo da Organização decidiu criar uma distinção internacional intitulada "Proclamação das Obras Primas do Património Oral e Imaterial da Humanidade", para distinguir os exemplos mais notáveis de espaços culturais ou formas de expressão popular e tradicional tais como as línguas, a literatura oral, a música, a dança, os jogos, a mitologia, rituais, costumes, artesanato, arquitectura e outras artes, bem como formas tradicionais de comunicação e informação. Foram realizadas três edições de Proclamações em 2001, 2003 e 2005.

Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial aprovada em Outubro de 2003 entrou em vigor a 20 de Abril de 2006. três meses após a data do depósito junto do Director Geral da UNESCO do 30º instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.

A Convenção de 2003 tem por objectivos:
a) A salvaguarda do património cultural imaterial;
b) O respeito pelo património cultural imaterial das comunidades, dos grupos e dos indivíduos em causa;
c) A sensibilização, a nível local, nacional e internacional, para a importância do património cultural imaterial e do seu reconhecimento mútuo;
d) A cooperação e o auxílio internacionais, no quadro de um mundo cada vez mais globalizado, que ameaça uniformizar as culturas do mundo aumentando simultaneamente as desigualdades sociais.

Para efeitos desta Convenção, considera-se património cultural imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural.

O património cultural imaterial manifesta-se nos seguintes domínios:
a) Tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial;
b) Artes do espectáculo;
c) Práticas sociais, rituais e eventos festivos;
d) Conhecimentos e práticas relacionados com a natureza;
e) Aptidões ligadas ao artesanato tradicional.

Portugal ratificará brevemente a Convenção. Tendo em vista a preparação da sua entrada em vigor em Portugal, a Comissão Nacional da UNESCO irá reunir um Grupo de Trabalho composto por especialistas, que terá por missão preparar a constituição do/s inventário/s, elaborar a Lista Indicativa de Obras Primas e organizar as demais acções institucionais impostas pela Convenção.

Portugal ratificou a Convenção no dia 26 de Março de 2008

Consulte o website da Convenção

Thursday, July 05, 2012

Poema de meu pai 

 Feliz por ser eu sem ter sido 










Da vida não quero a ilusão do amor 
Eu quero ser livre, não ter mais paixões 
Fugir ao enleio das vãs emoções 
que dão o prazer embutido na dor 

Eu quero somente o suave calor 
das longas conversas dos velhos serões 
E quero ser velho sem ter mais paixões 
sentir no silêncio as vozes que eu for... 

Assim, procurando sentir-me não ser 
eu fico esperando sem tempo medido 
perder-me num 'spaço vazio a crescer 

 já fora dum mundo p'ra mim já perdido 
eu sinto a leveza de tudo perder, 
feliz afinal por ser eu sem ter sido 

 Rocha Páris (Mário) s/d
Lisboa

Nota: Autoria de  Mário da Rocha Páris e Vasconcelos Lopes Moreira 
Reservados os direitos de autor 
Proibição de reprodução em todo ou em parte do poema sob pena de acção judicial adequada

Wednesday, May 09, 2012

http://www.angolabelazebelo.com/2011/08/patrimonio-da-humanidade-para-o-corredor-do-kwanza/

Tuesday, May 08, 2012

As Festas da Senhora da Agonia em Viana do Castelo

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=CUGiXX3N4jg

Wednesday, February 29, 2012

Dossier: Directores dos Museus: opinião de João Neto, presidente da APOM

Dossier: Directores dos Museus: opinião de João Neto, presidente da APOM: O pporto perguntou a alguns profissionais de museus e professores do sector, o que pensam sobre este tema,

Monday, February 27, 2012

Património Cultural Imaterial




Sinfonia Imaterial
Publicado em 27/02/2012 por Ana Carvalho

© INATEL

Na passada sexta-feira, dia 24 de fev (2012)., o filme Sinfonia Imaterial (de Tiago Pereira), que se encontra em digressão desde 2011, foi apresentado no contexto da Pós-Graduação de Património Cultural Imaterial da Universidade Lusófona (Ler mais sobre o curso aqui).

Para além das emoções que o filme suscita dá-nos a conhecer a imensa diversidade do nosso património, que se revela em muitos casos surpreendente. Não pretendendo um levantamento exaustivo de todo o património oral e musical, o filme permite perceber que este é um campo de infinita descoberta e que questiona muitas ideias preconcebidas sobre o nosso património. Por outro lado, o filme deixa transparecer que em muitos casos as ligações dos jovens às tradições ainda prevalece, contrariando a ideia generalizada de uma ruptura entre a tradição e a modernidade. As recolhas realizadas no âmbito deste filme deixam um lastro de curiosidade, uma espécie de convite a conhecer um Portugal claramente diverso e que não está valorizado. Para além disso, o filme parece confirmar também a ideia de que o Património Cultural Imaterial é de facto uma fonte de inspiração para a construção do presente e de novas identidades num mundo em transformação.

Sobre o filme:

“Um registo das práticas musicais de tradição oral portuguesa, que estão vivas e que prevalecem nas várias regiões de Portugal continental e ilhas; os ritmos mais raros e relevantes, o desempenho das vozes e talentos amadores num concerto único.”

“Sem voz-off ou entrevistas, o filme documenta o património oral e musical, recolhendo as práticas existentes de norte a sul do país incluindo ilhas, descobrindo a riqueza rítmica de cada paisagem sonora e explorando a ideia de um Portugal culturalmente diversificado.”

O filme foi encomendado pela Fundação INATEL (ONG reconhecida pela UNESCO como perita no âmbito da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial).

Livro: Os Museus e o Património Cultural Imaterial


Livro: Os Museus e o Património Cultural Imaterial
Posted on 13/02/2012


Lançamento de livros, congresso Local Vocabularies of “heritage”
Universidade de Évora, 9 Fev. 2012
© Ana Carvalho

No passado dia 9 de fevereiro foi apresentado o livro “Os Museus e o Património Cultural Imaterial: Estratégias para o Desenvolvimento de Boas Práticas”, que acaba de ser publicado pela Universidade de Évora (CIDEHUS), através das Edições Colibri. O lançamento teve lugar na Universidade de Évora no âmbito do congresso internacional Local Vocabularies of “Heritage”. A apresentação coube a Filipe Themudo Barata e a Ana Carvalho, autora do livro.

TRADIÇÕES LIGADAS AO CARNAVAL As cegadas e o «enterro do chouriço»





O «enterro do chouriço»

A seguir ao Carnaval, na 4ª feira de cinzas, cumpre-se a tradição do Enterro do Chouriço.
No Concelho de Loures, à semelhança de outras regiões, o Carnaval tradicional era marcado pelas cegadas, danças e o «Enterro do Entrudo», «Enterro do Bacalhau» ou, como no caso de Vila de Rei (ver imagens)o «Enterro do Chouriço».
Hoje em dia, em várias freguesias do Concelho ainda se cumpre a tradição, quer no que diz respeito às cegadas e ao Carnaval, quer no que diz respeito ao Enterro do Chouriço. Tal é o caso das localidades da Bemposta, com a celebração de cegadas e Vila de Rei, com o «Enterro do Chouriço».
Manda a tradição que, no ultimo caso, os homens saiam à rua vestidos de mulher para carpir a morte do «chouriço». As personagens femininas representam a esposa, a filha e restantes parentes e amigas mais próximas do «defunto». Há também a figura do sacristão, do prior e do coveiro, e todos vão cantando uma lengalenga a propósito do defunto, e gritando impropérios de cariz brejeiro à medida que o cortejo fúnebre vai andando pelas ruas da localidade, pela noite dentro. Outra das tradições ligadas ao Carnaval é «deitar as pulhas», que consistia em subir a uma colina perto de uma localidade, à noite, ou ao alto de um moinho velho e gritar indiscrições, em forma de verso, a respeito de raparigas solteiras ou maledicências a respeito de algum vizinho. Estas pulhas eram acompanhadas pelo toque de um búzio ou um corno de boi, de modo a ouvirem-se bem à distância, estando os «acusadores» bem encobertos pela noite.
No dia do enterro do Entrudo (4.ª Feira de Cinzas), fica-se a velar o “morto” durante todo o dia e à noite faz-se o enterro. O morto, um boneco em palha, é colocado dentro de uma «urna» e ficam ali uns quantos sujeitos vestidos de preto, que vão gritando como se fossem seus familiares. No final do cortejo, o boneco é queimado. Tudo isto é acompanhado de gargalhadas e piadas geralmente de cariz erótico. É costume também a apresentação de uma representação teatral relatando os últimos dias de vida do «defunto»,com a leitura do seu «Testamento».


Como refere Ernesto Veiga de Oliveira “ (…) No Sul de um modo geral temos notícia, em relação a vários lugares – Sesimbra, Ourique, Odemira, etc. – das “paródias” ou “cegadas” de Carnaval, que por vezes figuram acontecimentos cómicos ocorridos a alguém durante o ano, e servem de pretexto para os participantes proclamarem a respeito de todas as pessoas aquilo que não se quer que se diga. (…) “
As Cegadas, tal como as “pulhas” ou os “testamentos” são uma das muitas formas de crítica social, que revelam o sentido satírico e humorístico do nosso povo, num cenário de celebração cíclica, bem característica entre nós – O Carnaval.
As Cegadas em Loures, cujas origens se perdem na memória dos mais idosos, são ainda hoje motivo de convívio e de festa da população mais rural do Concelho. Em regra as Cegadas, constituem «peças teatrais» com um carácter predominantemente brejeiro, exibidas em colectividades locais e são representadas por grupos constituídos por quatro a seis elementos (tradicionalmente todos homens) durando não mais que uma hora.
Os textos, que tanto podem abordar temas locais, como de âmbito mais geral, são normalmente encomendados a pessoas de fora do grupo, ou da localidade ou fora dela, que têm por hábito escrever cegadas, no entanto, por vezes são também feitos por pessoas do próprio grupo.

A característica mais importante da cegada é o facto de ser uma oportunidade para, estando disfarçado dos pés à cabeça, «gozar» com personalidades da vida pública que normalmente se respeitam, pregar partidas e até mesmo criticar o governo ou os governantes.
Por isso, nos anos 60 do século XX, o nosso governo proibiu as cegadas (por causa das críticas políticas, que na altura não se podiam fazer). Este foi o tempo das «grandes cegadas», porque, justamente por serem proibidas, levou a que a tradição reacendesse!

A origem das cegadas
Existiram vários tipos de cegadas, não existindo uma data rigorosa para o seu aparecimento. Podemos no entanto apontar para a década de 1880 o aparecimento dos espectáculos de rua em Lisboa, cantados em tom maior; o fado corrido. Nessa altura, as Cegadas não eram mais que críticas cantadas em verso, dos costumes burgueses e das lutas políticas da altura. Nelas participavam sempre 4 homens, que encarnavam personagens fixos: A mulher do lupanar (prostituta de bordel), cantadeira e mulher de vida fácil, conhecedora dos segredos íntimos dos clientes da burguesia e da política, o Janota (ou pagantes), caloteiro que só pagava quando a sua «protectora» o financiava e lhe pagava as dívidas por medo do escândalo e da exposição social, o polícia, ignorante buçal que tanto mantinha a ordem como a provocava conforme o dinheiro que lhe dessem e finalmente o Galego, figura tão típica da cidade de Lisboa durante décadas. Foram muitos os galegos que emigraram para a nossa capital, fazendo todo o tipo de trabalhos que todos rejeitavam. Muitos conseguiram «subir na vida» e estabeleceram-se na cidade, onde ainda hoje existem muitos cafés e restaurantes que derivaram de carvoarias e tabernas desses galegos estabelecidos que conseguiram ter sucesso na vida. Durante os três dias do Entrudo, estas personagens actuavam nas ruas de Lisboa e os mais afortunados assistiam de «bancada», das suas janelas a essas fadistices. Como nem sempre o repertório era do agrado do auditório e havia sempre alguém que se ofendia, geralmente acabava em pancadaria! No final, os quatro «actores» diziam a frase: «Cinco reis, dez reis, tudo é dinheiro». Com o tempo, talvez pela constante violência com que inevitavelmente estas cegadas acabavam, muitas vezes com carga policial, ou porque o fado entretanto se tornou mais polido, as cegadas foram adquirindo um carácter mais dramático e passaram a contar situações histórias em tom menor. Serviam de tema; o drama de D. Inês, o regresso por entre o nevoeiro de D. Sebastião e o exílio de Camões.
Quando a República passou a ter os seus adeptos Marx e Lenine passaram a ser lidos e as cegadas adquiriram uma conotação fortemente política, servindo também de campanha para a sensibilização da opinião pública para a queda da Monarquia. O Fado serviu, uns anos antes da queda da Monarquia em 1910, como canção revolucionária. A atestar esta afirmação, João Black, socialista republicano que começou a cantar em 1893, deslocava-se várias vezes ao Alentejo para cantar os seus versos alexandrinos políticos, aos quais ele chamava «canções ao domicílio»! Faz lembrar as campanhas políticas
As cegadas eram a maior diversão popular nos finais do séc. XIX e até meados de 1926 constituíram a diversão de rua máxima da gente humilde.