Monday, December 13, 2010




18-Swan Lake

Sempre no coração!


Adorada filha...




Entre mãe, amiga e amada

Essa parede aérea, de chapa e vidro

De circunstâncias que a gente inventa

E desfaz...

Entre duas praias quase iguais

O coração viaja... e chora!

Eu - farol aceso em cada lado -

Sou as duas, sendo uma,

E assim existo mais...

Filha amada, pedaço de mim... amor criado...

Descobrimos talvez que o mar

- sendo maior que nós-

não faz tanta diferença assim...

Adorada filha !

Orgulho da minha alma...

Olharemos sempre a mesma Lua nas noites de Luar!





Beijo-te com todo o meu amor



Mamã










retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,


assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.



Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.



Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

-- Em que espelho ficou perdida

a minha face?



Vem Lua, vem! Retira

as algemas dos meus braços.

Projeto-me por espaços

Vazios, perdida...



Tudo mentira! Mentira...

De afagos na noite escura...

E quedo-me de olhos fixos

Cheios da tua Figura.



Não te encontro, não te alcanço...



Só...

desprendo-me do balanço

que além do tempo me leva.



Só...

na treva fico:

recebida e dada!



Porque a vida, a vida, a vida,

a vida só é possível

reinventada.



E será reinventada...

noutra mentira de noites de afagos!